sexta-feira, 18 de abril de 2014

INFORMATIVO SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

Surdocegueira
Segundo Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão gravemente comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos comportamentos socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam. A falta dessas percepções limita a criança com surdocegueira na antecipação do que vai ocorrer a sua volta. Elas precisam ser encorajadas a desenvolver um estilo de aprendizagem para compensar suas dificuldades visuais e auditivas e para estabelecer e manter relações interpessoais. Portanto, as trocas interativas precisam estar orientadas para o desenvolvimento dos sentidos remanescentes, entre eles, cutâneo, sinestésico (corporal - articulações e músculos; e, sensorial - visceral), gustativo e olfativo, como forma de acesso à informação na ausência dos sentidos da visão e audição.
Deficiência Múltipla
“O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com freqüência, para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais dessas pessoas.” (MEC – 2006)
Temos também pessoas com “Deficiência Múltipla Sensorial”, que devem ser citadas, pois apresentam peculiaridades próprias. “Considera-se uma criança com deficiência múltipla sensorial aquela que apresenta deficiência visual ou auditiva, associada a outras condições de comportamento e comprometimentos, sejam elas na área física, intelectual ou emocional, e dificuldades de aprendizagem.” (MEC/SEESP/2006).
                As pessoas com surdocegueira não são classificadas como múltiplas, pois quando elas têm oportunidades interagem com o meio e com as pessoas adequadamente. Nesse sentido faz-se necessário incentivar e ensinar a usar sua visão e audição residuais, assim como outros sentidos remanescentes.
 Necessidades básicas das pessoas com surdocegueira e deficiência múltipla:
 - Favorecer o desenvolvimento do esquema corporal;
 - Para que a pessoa perceba-se e perceba o mundo exterior, deve buscar a verticalidade, o equilíbrio, a articulação e a harmonia de seus movimentos;
- Autonomia em deslocamentos e movimentos;
- Aperfeiçoamento das coordenações visomotora, motora global e fina;
- Desenvolvimento da força muscular.
Estratégias de comunicação para a surdocegueira e deficiência múltipla
As pessoas com as deficiências acima citada, precisam desenvolver formas de comunicação inteligíveis com os seus interlocutores, buscando resultado de suas ações. Além dessas questões, é importante que esteja motivada a participar de experiências externas básicas, como alimentação, higiene, lazer e jogos. O processo de aprendizagem ocorre por repetição e estimulação orientada em contextos naturais, dado que interfere na capacidade de aprendizagem espontânea e na capacidade de imitação.
O processo de aprendizagem da comunicação exige atendimento especializado, com estimulação específica e individualizada. Quando é estimulada precocemente, adquire comportamentos sociais mais adequados e, também, poderá desenvolver e aprender a usar seus sentidos remanescentes melhor do que aquela que não recebeu atendimento.
A comunicação pode ser receptiva e expressiva. Muitas das pessoas com estas deficiências não desenvolvem a fala, no entanto podem expressar-se. Podem também receber as mensagens que lhes são transmitidas por outras vias sensoriais.
Comunicação receptiva é um processo de recepção e compreensão de mensagens e
comunicação expressiva é a forma como expressar o tipo de comunicação.
Os recursos de comunicação usados pelas crianças surdocegas são Sistemas
Alfabéticos: datilológico, escrita manual, placas, meios técnicos com saídas em Braille. Sistemas não alfabéticos: LIBRAS e Tadoma.
                A escola deve propor estratégias bem estruturadas, disponibilizar recursos para favorecer a aquisição de uma boa linguagem, os espaços com acessibilidade e adotarem posturas pedagógicas que favoreça uma aprendizagem significativa nos aspectos físico, intelectual e social.

Referências:
   Bosco, Ismênia C.M.G; MESQUITA, Sandra R.S.H; MAIA. Shirley R.
   Coletânea UFC-MEC/2010; A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar
                      Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla.
  Fátima Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento - Universidade Federal de São Carlos –
              UFSC/SP, prof. Shirley Rodrigues Maia – Associação Educacional para a Múltipla
                     Deficiência - AHIMSA. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 79 p.: il